quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Dream Machine (Autor: Vicente Júnior)

Pronto.Agora já estava funcionando. Só precisava encontrar alguém para testar.Colocaria um anúncio. Muita gente gosta de ganhar um dinheirinho extra, servindo de cobaia. Mas por que testar em alguém se poderia testar em si mesmo? Resolvido. Amanhã mesmo já teria o resultado. Esperaria chegar a noite? Pegou com cuidado a caixa preta. Reuniu os conectores. Louvou ter adaptado para eletricidade. O uso de pilhas ou baterias de carro pareceu-lhe primitivo. Foi para o quarto. Instalou a caixa preta sobre o criado-mudo. Desenrolou os conectores e os colocou sobre o travesseiro. Um preto, um vermelho. Um preto, um vermelho. Não resistiu. Ligou à tomada e apertou o power. A luzinha verde brilhou intensa, penetrante, quase incômoda. Mas era linda. Estava funcionando. Cama arrumada. Nenhuma dobra.    Perfeito! Banheiro. Banho. Pijama. Cabelo  arrepiado. Pente.
Melhorou. Sala. TV. Cozinha. Jantar. Comida pesada. Era isso mesmo. Banheiro.   Dentes. Ansiedade. Sala. Luz acesa. Um livro? Não. Hoje é melhor. Corredor. Luz apagada. Entrou no quarto com uma sensação de frescor. Corria um ventinho frio vindo da janela. A lua não brilhava lá fora, tímida diante do que iria acontecer. Coisa nunca vista. Súbito! Detalhe. O cabo. Sala. Corre. Corredor. Volta ofegante. Conectado. Perfeito. Recuperou o fôlego e foi se acalmando. Não era bom tanta expectativa. Talvez não desse certo. Nada demais. Daria certo. Tinha que dar. Deitou lentamente. Ventinho correndo. Cheiroso lençol. Olhou para a caixa preta. Mão esticada. Conectores na testa. Adesivos. Dedo no power. Luz verde incessante. Relaxou. Olhos fechados. Olhos abertos. Parede. Linhas do teto. Parede. Olhos fechados. Olhos abertos. Distância. Proximidade. Pés lá na frente. Parede. Luz verde. Teto. Olhos fechados. Olhos abertos. Olhos. Luz verde incessante. Luz verde. Luz verde. Luz verde incessante. Luz incessante. Luz. Só luz. Infinito.(…) Nuvens cobriam o chão. Voava. Mãos gigantes o suspendiam. Um armário de portas abertas. Preso no escuro. Nada lá dentro. Nuvens. Olhos enormes no céu. Armário. Girassóis. Um campo florido de sol e perfumes. Faca brilhando. Facadas no peito e na barriga. Saiu do armário correndo e caiu no infinito. Um rio, água correndo, nadando. Piscina muito azul. Espreguiçadeira e ela deitada. Gota de água escorrendo em seu corpo. Top-less. Seios pontudos. Parou na beira da piscina azul e ficou olhando. Nariz afilado. Boca entreaberta. Longilínea. Caminhou para a água. Beijo despudorado, língua passeando entre os dentes. Seios pontudos no peito, mãos passeando no corpo. Ereção. Mãos caminhando. Biquíni afundando na água. Encaixe. Movimentos dentro d´água.
Muda de lado. Costas. Faca nas costas. Nuvens. Riacho. Armário. Nuvens. Língua. Placa com letras desordenadas. Leitura impossível. Não faça isso. (…) Olhos abrindo. Olhos abertos. Madrugada. Teto. Linhas do teto. Parede. Luz verde incessante. Luz verde. Sorriso. Riso contido. Pigarro. Conectores arrancados. Lençol no chão. Levantou-se. Andou lentamente até o vídeo. Funcionando. Stop. Eject. A fita pulou para fora como se tivesse algo para dizer. Gravou. Fita pra dentro. Liga TV. Senta no chão. Controle-remoto. Play. Silêncio. Verticais coloridas. Luz. Só luz. Infinito.(…) Nuvens cobriam o chão. Voava. Mãos gigantes o suspendiam. Um armário de portas abertas. Preso no escuro. Nada lá dentro. Nuvens. Olhos enormes no céu. Armário. Girassóis. Um campo florido de sol e perfumes. Faca brilhando. Facadas no peito e na barriga. Saiu do armário correndo e caiu no infinito… Luz verde incessante. Luz!

Acordava todos os dias...

Acordava todos os dias...
Mas não com aquela rotina
Que eu tinha anteriormente
Mas com o desejo que eu tinha, realmente,
De ver tudo novamente

Acordava todos os dias...
Com desejo de música
De aprender música
De sentir música
Mas não somente a música que você está pensando...
É música com movimentos
É música com felicidade

Acordava todos os dias...
Com desejo de amanhecer
Com desejo de reencontrar Aqueles que eu havia visto anteriormente
Com desejo de coisas novas
Coisas que me fizesse sentir música novamente

Acordava todos os dias...
Mas acordava com um desejo diferente
Um desejo de rever tudo isso novamente
E, assim, fui eu chorando
Deixando o que eu quereria vivenciar novamente

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para que serve uma escola?

Errado quem diz que vai à escola para estudar.
Certo quem diz que a finalidade é um processo indireto.

sábado, 24 de setembro de 2011

Incógnitas

Piores incógnitas inversamente proporcionais da física: tempo e espaço. É isso o que acontece com as pessoas.

O que será que falta?

Cada ser humano com sua escolha
Cada um com sua visão
Com sua política
O que será que falta?
Igualdade?

Eu só penso, mas não reflito
Só falo o que escuto
Só reproduzo o que copio
O que será que falta?
Opinião?

Eu só falo com Ele ali
Só freqüento aquele tipo de Igreja
Ajo por privilégios, mas esqueço de direitos
O que será que falta?
Respeito?

Só trabalho por lucros
Acho que Aqueles ali não merecem dignidade
Tento omitir fatos e usar maquiagem
O que será que falta?
Consciência?

Acho que o mundo está podre
O que falta é igualdade, consciência, respeito e dignidade
Amor já virou museu
A moda agora é agir por si próprio
E esquecer-se da sociedade
Então, o que será que falta?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nada mudou...

Enfim, no final, as coisas não mudaram. Dilma continua sendo Lula, B. Obama continua sendo G. Bush. Mas, com uma diferença, os novos são mais espertos e utilizam a inteligência...

Exigências

Eu exijo
Que o mundo se torne mundo
Que as pessoas se tornem pessoas
Que a dignidade se torne dignidade

Eu exijo
Que o amor volte a ser amor
Que a comida volte a ser comida
Que a tecnologia volte a ser tecnologia

Eu exijo
Que o verde volte a ser verde
Que o azul volte a ser azul
Que o branco volte a ser branco

Eu exijo,
Eu exijo,
Eu exijo!

Eu exijo
Que tudo acabe
Que todos vejam
Que todos reflitam

E quem sabe um dia
Tudo renasça
Tudo seja iluminado
Tudo volte a ser puro

domingo, 18 de setembro de 2011

Pobres e ricos

Pobres estão cada vez ficando mais pobres, enquanto os ricos, cada vez mais ricos.

Ilusão

Bem...
Para início de conversa, leitor...!

O mundo é feito por coisas maravilhosas...
Prova disso?
Você quer a prova disso?!

Simples...
Olhe para uma flor no jardim,
Olhe para uma montanha,
Você verá o que é bonito...!

Prosseguindo...
Agora, leitor, por favor,
Divida o mundo em dois,
O da beleza e o da podridão...
Agora eu lhe pergunto...
Você verá beleza, leitor?
Verá?!
É óbvio que sim...!
Pois ainda continua existindo beleza!

Leitor, você ainda quer continuar persistindo? 
Você ainda quer que eu lhe diga o que é beleza?
Certo, então...

Ser humano
Utiliza para bons fins a razão...
Talvez pretensioso...
Medo em certos momentos,
Coragem em outros...
Tem duas faces,
As duas bem manuseadas...

Provei-lhe, então, que existe beleza até mesmo em você...
E ainda assim você continua persistindo?

Olhe para a sua cidade,
Você verá uma corrente imaginária...
Pois todos sempre estão unidos e de mãos dadas...

Finalmente consegui dizer-lhe o que é beleza!
Enfim, leitor, para terminar a conversa...
Só lhe peço que pare e pense...
Observe tudo que está ao seu redor...
Você vive em mundo da beleza.